segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Balanço da Oposição sobre a Campanha Salarial

 
Na Campanha deste ano a greve na Caixa foi mais forte, no BB e nos privados foi igual aos anos anteriores.
 
A mobilização que fizemos foi importante para obtermos alguns avanços nas negociações, mas a greve tinha condições de conseguir mais, pois o aumento do lucro da Caixa em 36% é mais que suficiente para atender as reivindicações dos trabalhadores.
 
Além disso, tivemos Acordos superiores na categoria, como o do BRB que chegou a 17,45% no salário base, ou o Banpará que além de 15% sobre o salário base concedeu licença prêmio para os novos.
 
É verdade que o governo Dilma jogou pesado contra as greves dos setores públicos. Vimos o que ocorreu com os Correios onde os trabalhadores tiveram 7 dias descontados, e os servidores das Universidades que tiveram reajuste ZERO.
 
No entanto, o pessoal dos Correios obteve no TST um Acordo que previa R$ 80,00 mais a inflação. Como os salários lá variam de R$ 800,00 à R$ 1.900,00 o valor fixo representou um reajuste variável de 10% a 4,5% acima da inflação!
 
Na Caixa significaria recebermos 7,5% da inflação + R$ 160,00. Com isso, mesmo descontando os dias da greve teríamos um reajuste que seria maior e poderíamos ganhar mais para toda nossa vida.
 
Infelizmente, nesses momentos de dificuldade o papel do sindicato é determinante para dar coragem ao pessoal seguir em frente. Aí é que saímos perdendo, pois os sindicatos da CUT fizeram Acordo na sexta feira à noite, deixaram a imprensa fazer toda propaganda do fim da greve e, na segunda feira, vieram defender a proposta falando da ameaça do TST caso a recusássemos.
 
Isso deve servir de alerta para os colegas sobre a importância de participar das assembléias. Sempre que deixamos de ir pode-se aprovar Acordos que não queremos e não podemos fazer mais nada depois de aprovado.
 
Um exemplo disso foi a aprovação da CCV – Comissão de Conciliação Voluntária. A Caixa e o sindicato colocaram isso no Acordo Coletivo sem haver um debate na categoria sobre isso e os prós e contras essa Comissão.
 
Nós da Oposição defendemos que os direitos não devem ser vendidos, muito menos barganhados. Nas CCVs os valores que se apresentam são sempre muito menores do que é o valor real de nossos direitos (Ex: os tíquetes que podem valer R$ 120.000,00 a Caixa paga no máximo R$ 35.000,00).
 
Muito trabalhador desinformado ou em situação financeira mais critica pode aceitar essas propostas e fazer Acordos sobre os tíquetes ou as 7ª e 8ª horas, se prejudicando. Depois, se a maioria aceitar isso e uma minoria querer permanecer na justiça para receber o valor integral pode haver retaliação da Caixa, como aconteceu com o Reg/Replan.
 
Nós gostaríamos de ter o mesmo tempo que o sindicato para explicar essas e outras questões do Acordo na assembléia, mas enquanto eles têm meia hora para falar a proposta, nós da Oposição só tivemos 3 minutos e muita coisa não pode ser dita.
 
Por isso, mais uma vez insistimos junto aos colegas para que no futuro não deixem de ir às assembléias, fórum soberano e que deve decidir nosso futuro.
 
Por fim, queremos demonstrar a forma como eles fizeram o Acordo. Além da campanha pela imprensa, houve sindicato que fez assembléia no domingo! A Caixa já tinha tudo acertado e estava tão confiante na palavra dos sindicatos que o Acordo seria aceito que publicou as 16:50 horas que a greve tinha acabado, quando as assembléias ocorrem em todo o país a partir das 18:00 horas, e já rodaram a folha de pagamento deste mês com o 9%.

A greve no BNB e BASA ainda segue forte! Manifestamos nosso apoio aos trabalhadores de coragem!

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