sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Greve termina com acordos rebaixados e “puxada de tapete” pela CUT

Uma das maiores greves já realizada pela categoria. Um cenário político propício com um segundo turno e a candidata do governo ameaçada nas urnas e o governo desesperado para acabar com a greve. E, pra variar, mais um recorde nos lucros dos bancos.
Tudo isso daria a certeza de um bom Acordo, trazendo um índice melhor, a Isonomia ou a recuperação das perdas do Plano Real. Mas, infelizmente entrou em cena o comando nacional da CUT, orientando o fim da greve e a aceitação da proposta.
O MNOB/CSP Conlutas tem claro que o Acordo feito representa uma perda de oportunidade de a categoria obter conquistas importantes.
A proposta foi apresentada de forma diferenciada entre os bancos. O MNOB, que sempre defendeu o fim da Mesa Única da Fenaban, considera que nesta campanha a CUT conseguiu o pior, pois manteve o que a Mesa Única tinha de ruim e não garantiu o que tinha de melhor no Acordo da Fenaban.
Os 16,33% no piso da Fenaban deveriam ter sido aplicados nos bancos públicos, mas isso não foi garantido nas negociações. Por outro lado, os 7,5% foi o índice que serviu de parâmetro para se fechar os Acordos nos bancos públicos.
O MNOB orientou a rejeição da proposta e apresentação de uma contra-proposta de 16,33% no piso, com reflexo nos quadros de carreiras dos bancos e 12% sobre todas as verbas salariais.
Infelizmente, a maioria das assembléias do país aprovou a proposta dos bancos e recuaram da greve. Continuou greve o BB do RS e CE; a Caixa manteve greve no RS, RJ, BA, PA e AP; o Basa também continuou a greve no PA. Os sindicatos do MA, RN e Bauru rejeitaram a proposta, mas acataram a decisão da maioria do país e encerraram a greve.
Mas, a greve não acabou porque os grevistas não queriam mais lutar, ao contrário, em todas essas assembléias os grevistas vaiaram, xingaram e ficaram indignados com a postura dos dirigentes sindicais que defendiam a proposta dos bancos. A greve encerrou com a presença dos gerentes votando pelo fim do movimento.
Assim, os bancários terminam a campanha salarial com uma contradição: A categoria do setor econômico que obteve o maior lucro termina com o menor reajuste. E os bancários da Caixa tem uma contradição semelhante: O banco que fez a greve mais forte ficou com o menor reajuste.
Enquanto metalúrgicos conseguiram 10,81% e petroleiros 9% os bancários saem com um índice de 7,5%!

0 comentários :

Postar um comentário