No ultimo dia 22 de março, ocorreu em São Paulo o Encontro do Espaço Unidade de Ação, debatendo o tema "Na Copa Vai ter Luta".
Membros da oposição bancária de BH e Região estiveram presente nesta atividade.
Cerca de 2,5 mil pessoas de diferentes entidades sindicais, estudantis, sociais e populares aprovaram o manifesto “Carta de São Paulo: Vamos voltar às ruas – Na Copa vai ter luta” (ver abaixo) e o calendário de mobilizações.
Este espaço foi convocado pela: CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular; a corrente "CUT Pode Mais" (setor de esquerda dentro da CUT) e a Feraesp dentre outras entidades.
O encontro contou com a participação de representantes dos garis do Rio, que protagonizaram uma heroica greve e de operários em greve do Comperj, a refinaria da Petrobrás em Itaboraí (RJ).
terça-feira, 25 de março de 2014
Oposição bancária de BH e Região prepara-se para as mobilizações durante a COPA DO MUNDO no Brasil
CARTA DE SÃO PAULO
Vamos voltar às ruas!
NA COPA VAI TER LUTA
Chega
de dinheiro para a FIFA, grandes empresas e bancos! Recursos públicos para
saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária!
Basta
de violência e de criminalização das lutas populares! Ditadura nunca mais!
O país
se prepara para a Copa do Mundo, nosso povo gosta de futebol e quer apoiar a
seleção brasileira. O governo e a mídia tratam de transformar tudo isso em uma
grande festa nacional e internacional. Mas nada disso pode esconder uma
certeza: o Brasil vai se consagrando como campeão da desigualdade, injustiça,
exploração e violência contra seu próprio povo.
Estamos
convivendo com o caos da saúde pública, o descaso com a educação, a
precariedade do transporte e nos serviços públicos, nas três esferas, assim
como a falta de moradia e de terra para plantar e produzir alimentos. Desde
junho do ano passado este tem sido o grito cada vez mais alto dos trabalhadores
e da juventude brasileira. Os governos –federal, estaduais e municipais – não
atendem as reivindicações dos que lutam. Nunca tem verbas para atender as
necessidades do povo.
Para
bancos e grandes empresas nunca faltam recursos. O governo isenta as empresas
de pagar impostos, repassa quase metade do orçamento para os banqueiros todos
os anos através do pagamento da dívida pública. Além disso, o patrimônio
publico é privatizado e entregue aos empresários, do petróleo aos portos,
aeroportos e estradas.
Isto
condena os trabalhadores a uma condição de vida cada vez pior. Dentro da classe
trabalhadora, as mulheres, negros e negras e LGBT’s sofrem ainda mais com essa
política, pois estão também sujeitos a toda sorte de discriminação e violência.
Na periferia das grandes cidades a única presença visível do Estado é a da polícia,
promovendo um verdadeiro genocídio contra a juventude e a população pobre e
negra.
As
mobilizações dos trabalhadores e demais segmentos são violentamente atacadas
pela polícia. Há uma escalada militarista e um processo de criminalização dos
ativistas e jovens lutadores, com prisões, inquéritos policiais e
administrativos, e demissões dos que lutam. Esta política tem sido praticada
pelos governos dos estados (PMDB, PSDB, PSB, PT e etc).
Mas o
governo Dilma segue o mesmo caminho, colocando a Forca Nacional de Seguranca e
o Exército Brasileiro a serviço da repressão das lutas populares. Tudo isso
acontece quando se completam os 50 anos da instauração da ditadura militar no
Brasil. Ao invés de punir os torturadores do passado e revogar toda a legislação
antidemocrática faz o contrário, não atende as necessidades da população e quer
impedir o povo de lutar por seus direitos, assim como na ditadura. Lamentável!
Os
trabalhadores estão lutando e buscando fazer ouvir a sua voz. Assim o fizeram
os garis do Rio de Janeiro, em pleno carnaval carioca mostraram ao mundo a real
situação a que são submetidos. Assim também fizeram os rodoviários de Porto
Alegre (RS), os operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro)
e tantas outras categorias, como os servidores federais que estão iniciando sua
campanha salarial deste ano. O movimento popular luta sem trégua por moradia e
por melhores condições de vida nos bairros.
Na Copa, vamos ocupar as ruas
A Copa
do Mundo é mais uma expressão desta política desigual que privilegia poderosos
e impõe situação de penúria à maioria da população. O governo federal e dos
estados estão gastando mais de 34 bilhões de reais com a construção e reforma
de estádios, aeroportos outras obras para a Copa, dinheiro colocado nas mãos de
empreiteiras, enquanto a população pobre é despejada de suas casas para dar
lugar a essas obras.
Chega!
Vamos dar um basta nesta situação. Vamos apoiar e unificar as lutas que já
estão em curso e unificar as nossas bandeiras. Voltaremos às ruas com grandes
mobilizações sociais em todo o país no período da Copa do Mundo. Vamos mostrar
ao mundo que o que acontece de fato no Brasil é a destinação do dinheiro
público para as mãos de poucos beneficiados, entre eles a Fifa, grandes
empresas e bancos. Nós queremos recursos públicos para saúde, educação,
moradia, transporte público e reforma agrária!
Vamos
voltar às ruas!
Nossas
reivindicações:
-
Chega de dinheiro para a Copa, Fifa e para as grandes empresas! Recursos
públicos para a saúde e educação! 10% do PIB para a educação pública, já! 10%
do orçamento federal para a saúde pública, já!
-
Chega de dinheiro para os bancos! Suspensão imediata do pagamento das dívidas
externa e interna! Dinheiro para a moradia popular e para o transporte coletivo!
Tarifa zero já! Transporte e moradia são direitos de todos!
-
Chega de arrocho salarial e desrespeito aos direitos dos trabalhadores e
trabalhadoras! Fim do fator previdenciário! Aumento das aposentadorias!
Anulação da reforma da Previdência de 2003 e do Funpresp!
-
Respeito aos direitos dos trabalhadores assalariados do campo e agricultores
familiares! Reforma agrária e prioridade para a produção de alimentos para o
povo!
-
Chega de privatizações! Reestatização das empresas privatizadas! Petróleo e
Petrobras 100% estatal! Estatização dos transportes!
-
Basta de machismo, racismo, homofobia e transfobia!
-
Respeito aos direitos dos povos originários, quilombolas e indígenas!
-
Basta de violência, repressão e criminalização das lutas sociais!
Desmilitarização da PM! Arquivamento de todos os inquéritos e processos
contra movimentos sociais e ativistas! Liberdade imediata para todos os presos!
Revogação das leis que criminalizam a luta dos trabalhadores e da juventude!
Ditadura nunca mais!
Plano de lutas
Vamos
transformar nossa indignação em um amplo processo de mobilização social para
defender nossas demandas e reivindicações. Lançamos este Manifesto como um
chamado a todos e todas que neste pais querem lutar por uma vida melhor. E
orientamos a realização de encontros e plenárias em todos os estados, que
reúnam todos os lutadores e lutadoras de cada região, preparando de forma
concreta as mobilizações previstas no calendário de lutas. Calendário
A organização das manifestações começa efetivamente em abril e maio, com
a realização de plenárias nos estados. Entre os dias 1º e 3 de maio, acontecerá
o I Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos, em Belo
Horizonte (MG). Haverá ainda o Dia Internacional contra as Remoções da Copa,
marcado para 15 de maio.
Segue
abaixo o calendário.
- 22
de março: Encontro Nacional “Na Copa vai ter luta”.
-
Abril e Maio: Realização dos encontros plenárias nos estados para organizar o
calendário de lutas.
-
Abril: Realização de um ato nacional contra a criminalização das lutas,
dirigentes e ativistas, da população pobre e de periferia, vinculando ao
aniversário dos 50 anos do golpe militar de 1964. Ampliar essa iniciativa para
além dos movimentos sociais, procurando outras entidades como a OAB, ABI,
Comissão Justiça e Paz, Comissões de Direitos Humanos etc.
- 28
de abril: Dia de luta e denúncia dos acidentes de trabalho.
-
Abril e maio: Jornada de lutas convocada por vários segmentos do movimento
popular para defender o direito à cidade (moradia, transporte e mobilidade,
saneamento etc.).
- 1º
de maio: O Dia Internacional do Trabalhador/a será com a organização e
participação em atos classistas.
- 1º a
3 de maio: I Encontro de Atingidos por Megaeventos e Megaempreendimentos (Belo
Horizonte – MG).
- 15
de maio: Dia Internacional contra as Remoções da Copa.
- 12
de junho: Abertura da Jornada de Mobilizações “NA COPA VAI TER LUTA”, com
grandes mobilizações populares em todas as grandes cidades do país.
-
Período dos jogos da Copa: realização de manifestações nos estados conforme
definição dos encontros e plenárias estaduais
- 15 e
16 de julho: Mobilizações contra a Cúpula dos BRICS (Fortaleza).
- 1º a
7 de setembro: Semana da Pátria e Grito dos/as Excluídos/as, com o lema: “Ocupar
ruas e praças por liberdade e direitos”.
Entidades que assinam o manifesto “Carta de São Paulo”:
CSP-Conlutas
A CUT Pode Mais (RS)
Feraesp
Condsef
Jubileu Sul
Fenasps
Andes-SN
Sinasefe
FNTIG
FNP
Conafer
Cobap
Asfoc
Sindicato dos Metroviários de São Paulo
CPERS
Simpe (RS)
APCEF (RS)
Sindserf (RS)
Sindjus (RS)
Sindicato dos Aeroviários (RS)
ANEL
MTL
Luta Popular
Quilombo Raça e Classe
MML
Coletivo Construção
Juntos
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