domingo, 16 de fevereiro de 2014

MULHERES BANCÁRIAS: ainda temos muito o que conquistar!!!




Atualmente as mulheres representam 42,47% da força de trabalho brasileira e são em média mais escolarizadas que os homens, com média de 7,5 anos de estudo, enquanto eles possuem 7,1. Porém, apesar disso, ainda existe diferença salarial entre homens e mulheres, com o rendimento médio das mulheres correspondendo a apenas 70,4% do rendimento médio dos homens.


Na nossa categoria não é muito diferente tal situação: as mulheres são quase metade da categoria bancária, representando 48,7% dos trabalhadores do sistema financeiro, mas, em média, ganham 23,9% a menos que os homens.


Mesmo em bancos públicos, onde o salário é igual para todos, devido a concurso público, vemos a desigualdade entre os sexos no fato de que as mulheres só são maioria nos bancos até os postos de trabalho com remuneração até sete salários mínimos. À medida que aumenta os salários, diminui a quantidade de mulheres. Nas diretorias dos bancos em geral, há 1.798 homens e apenas 457 mulheres.



A intensificação do ritmo de trabalho devido à reestruturação produtiva atingiu em cheio o setor financeiro. Não à toa se vê o forte adoecimento da categoria bancária, com doenças como depressão, stress, LER/DORT, etc. A LER/DORT atinge principalmente as mulheres, com 80% dos casos. Isso se dá pelo trabalho extremamente repetitivo e fragmentado, normalmente exercido por mulheres, acrescido a dupla jornada, com as mulheres ainda hoje realizando a maior parte do trabalho doméstico, que aprofunda o problema.

Nós mulheres também estamos mais sujeitas ao assédio moral e sexual no locar de trabalho, o que nos traz mal estar e constrangimentos. Até no momento da gravidez a extensão de 60 dias após os quatro meses garantidos pela CLT, é motivo de assédio, tendo em vista que não é garantido automaticamente e a mulher precisa solicitar a extensão.



O machismo impõe que as mulheres sejam responsáveis pelo cuidado dos filhos e devido a isso a falta de creches é uma das principais dificuldades para as mulheres trabalhadoras conseguirem um emprego ou se manter nele. O auxílio creche é insuficiente para qualquer creche, fazendo muitas bancárias recorrerem a creches públicas, que possuem pouquíssimas vagas.  Além disso, é importante a reivindicação de creche integral no local de trabalho, algo que o sindicato não têm exigido.



A falta latente de funcionários em todos os bancos (públicos e privados) também faz com que as mulheres, que em geral acabam ficando com a obrigação do cuidado com os filhos, sejam as mais prejudicadas ao não conseguirem fazer valer o direito da jornada de 6 horas em seus locais de trabalho. Muitas mulheres, que precisam cumprir as 6 horas para buscarem seus filhos nas creches ou até na casa de parentes, precisam enfrentar assédios diários para conseguirem impor seu direito, o que é um absurdo.



Nós, do MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), acreditamos que já passou da hora de iniciarmos uma campanha efetiva pelo direitos das mulheres - e não apenas no mês de março. Durante todo o ano, as mulheres bancárias enfrentam o problema do rebaixamento salarial e da diferença de oportunidades nos cargos mais altos, além da insuficiência do auxílio creche – que com a inflação acelerada do país, só se intensifica.

O sindicato precisa ser a voz e o ouvido dessas mulheres frente à diretoria dos bancos para fazer valer os direitos já conquistados e para lutar pela ampliação desses direitos.

  • Defendemos a contratação imediata de mais funcionários para garantir o direito às 6 horas, para homens e mulheres!
  • Exigimos equiparação salarial nos bancos privados e igualdade de oportunidades nos bancos públicos!
  • Ampliação do auxílio creche imediatamente e implantação de creches nos locais de trabalho!
  • Licença materinidade de 6 meses com extensão automática
  • Punição aos assediadores

Venha conhecer a Oposição Bancária e participe das nossas reuniões para construir um novo sindicato.
 
O MNOB apóia e constrói o Movimento Mulheres em Luta, que é uma movimento nacional em defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras, participe de nossas reuniões e saiba mais também sobre o ato que participaremos na cidade de Belo Horizonte.


 

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