Atualmente
as mulheres representam 42,47% da força de trabalho brasileira e são em
média
mais escolarizadas que os homens, com média de 7,5 anos de estudo,
enquanto eles possuem 7,1. Porém, apesar disso, ainda existe diferença
salarial entre homens e mulheres, com o rendimento médio das mulheres
correspondendo a apenas 70,4% do rendimento médio
dos homens.
Na
nossa categoria não é muito diferente tal situação: as mulheres são
quase metade da categoria bancária, representando 48,7% dos
trabalhadores do sistema financeiro, mas, em média, ganham 23,9% a menos
que os homens.
Mesmo
em bancos públicos, onde o salário é igual para todos, devido a
concurso público, vemos a desigualdade entre os sexos no fato de que as
mulheres só são maioria nos bancos até os postos de trabalho com
remuneração até sete salários mínimos. À medida que aumenta
os salários, diminui a quantidade de mulheres. Nas diretorias dos
bancos em geral, há 1.798 homens e apenas 457 mulheres.
A
intensificação do ritmo de trabalho devido à reestruturação produtiva
atingiu em cheio o setor financeiro. Não à toa se vê o forte adoecimento
da categoria bancária, com doenças como depressão, stress, LER/DORT,
etc. A LER/DORT atinge principalmente as mulheres,
com 80% dos casos. Isso se dá pelo trabalho extremamente repetitivo e
fragmentado, normalmente exercido por mulheres, acrescido a dupla
jornada, com as mulheres ainda hoje realizando a maior parte do trabalho
doméstico, que aprofunda o problema.
Nós mulheres também estamos mais sujeitas ao assédio moral e sexual no locar de trabalho, o que nos traz mal estar e constrangimentos. Até no momento da gravidez a extensão de 60 dias após os quatro meses garantidos pela CLT, é motivo de assédio, tendo em vista que não é garantido automaticamente e a mulher precisa solicitar a extensão.
O
machismo impõe que as mulheres sejam responsáveis pelo cuidado dos
filhos e devido a isso a falta de creches é uma das principais
dificuldades para as mulheres trabalhadoras conseguirem um emprego ou se
manter nele. O auxílio creche é insuficiente para qualquer
creche, fazendo muitas bancárias recorrerem a
creches públicas, que possuem pouquíssimas vagas. Além disso, é
importante a reivindicação de creche integral no local de trabalho, algo
que o sindicato não têm exigido.
A
falta latente de funcionários em todos os bancos (públicos e privados)
também faz com
que as mulheres, que em geral acabam ficando com a obrigação do cuidado
com os filhos, sejam as mais prejudicadas ao não conseguirem fazer
valer o direito da jornada de 6 horas em seus locais de trabalho. Muitas
mulheres, que precisam cumprir as 6 horas para
buscarem seus filhos nas creches ou até na casa de parentes, precisam
enfrentar assédios diários para conseguirem impor seu direito, o que é
um absurdo.
Nós,
do MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), acreditamos que já
passou da hora
de iniciarmos uma campanha efetiva pelo direitos das mulheres - e não
apenas no mês de março.
Durante todo o ano, as mulheres bancárias enfrentam o problema do
rebaixamento salarial e da diferença de oportunidades
nos cargos mais altos, além da insuficiência do auxílio creche – que
com a inflação acelerada do país, só se intensifica.
O sindicato precisa ser a voz e o ouvido dessas mulheres frente à diretoria dos bancos
para fazer valer os direitos já conquistados e para lutar pela ampliação desses direitos.
- Defendemos a contratação imediata de mais funcionários para garantir o direito às 6 horas, para homens e mulheres!
- Exigimos equiparação salarial nos bancos privados e igualdade de oportunidades nos bancos públicos!
- Ampliação do auxílio creche imediatamente e implantação de creches nos locais de trabalho!
- Licença materinidade de 6 meses com extensão automática
- Punição aos assediadores
Venha conhecer a Oposição Bancária e participe das nossas reuniões para construir um novo
sindicato.
O MNOB apóia e constrói o Movimento Mulheres em Luta, que é uma movimento nacional em defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras, participe de nossas reuniões e saiba mais também sobre o ato que participaremos na cidade de Belo Horizonte.
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