sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Em defesa da democracia na luta sindical


Democracia na Luta Sindical


Quarta-feira, dia 06/10, durante assembleia dos bancários no centro de Belo Horizonte, fui surpreendido pela fala de uma colega de categoria. Ao microfone, essa colega com anos de serviços bancários nas costas desrespeitou uma jovem bancária do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB).
Felizmente, estamos num ambiente democrático e podemos apresentar ideias convergentes e, principalmente, divergentes. Quando os dirigentes sindicais reclamam das ausências nas assembleias de trabalhadores em greve de pijamas, precisamos respeitar aqueles que participam das assembleias e apresentam suas opiniões. Nós, bancários da base, sempre que tomamos o microfone para passar alguns informes e sugestões para a mobilização dos bancários somos contestados logo em seguida pelo "aparato" do Sindicato dos Bancários de BH e Região.
Nós, bancários da base, estamos participando das assembleias politicamente, pois é assim que podemos atuar para melhorar a campanha, mobilizando outros bancários. O que não podemos é ficar satisfeito com a comunicação deficitária do sindicato, que transmite a mesma informação em seu boletim desde o começo da greve. Não informa os bancários sobre outras lutas. Não informa sobre outras ações de mobilização com resultados positivos por parte de outros sindicatos. Não utiliza o boletim para comunicação e formação sindical.
Por isso, os bancários da base lançaram o boletim "Olhar da Base". Nele, há informações sobre a evolução da luta dos bancários contra a privatização dos serviços financeiros; informações sobre as campanhas de outros bancos que estão fora da mesa de negociação da Fenaban; além de comentários dos bancários da base. No boletim do sindicato, só o presidente tem voz. Uma vez ou outra, aparece o comentário de algum outro dirigente. Reivindicamos respeito aos bancários da base.
Os colegas que não ficarem satisfeitos com as intervenções dos bancários da base podem muito bem ficar apenas com as impressões dos dirigentes sindicais. Nessa assembleia, a direção do sindicato decidiu restringir o tempo e o número de comunicações ao microfone. Um gaiato comentou que somente bancários deveriam utilizar o microfone. Os sindicatos precisam das bases para se tornarem fortes. Respeitemos a liberdade de expressão. Além de bancários, somos trabalhadores e qualquer trabalhador ou cliente que apoie nossa greve deveria ter o direito de expressão em nossas assembleias.
O que a direção do sindicato teme? Que relacionemos a presidenta Dilma Rousseff, do PT, como patroa dos trabalhadores de bancos públicos? Sendo o Governo Federal o maior acionista do Banco do Brasil, eu me sinto muito disposto a questionar a posição da presidenta Dilma e do ministro Guido Mantega nas negociações com os bancários. Escondidos atrás da mesa do sindicato patronal, não se pronunciam sobre nossas reivindicações. E a greve continua, sem uma proposta decente dos banqueiros.
Jose Cristian - BB / Belo Horizonte
SEXTA-FEIRA, 7 DE OUTUBRO DE 2011
In: http://www.77pontos.blogspot.com/

2 comentários :

  1. Oposição Bancaria BH e Região7 de outubro de 2011 às 06:56

    Agradecemos o apoio, Cristian e demais bancários que entendem a necessidade de uma luta mais séria, para realmente vencermos. E a luta continua!!!

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  2. Na assembleia de hoje falei sobre o Banco da Árvore. Espero realmente que a Fenaban e os bancos "exemplos" de sustentabilidade e de responsabilidade social não saiam do silêncio propondo o pagamento de nossos salários em créditos de carbono. Dilma Rousseff, Guido Mantega e Miriam Belchior ameaçaram dar apenas a reposição da inflação aos funcionários do BB, da Caixa, dos Correios e da Petrobras, assim como do BNB e do BASA.

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