A greve começou forte neste primeiro dia! Mas se vc ou algum colega ainda está em dúvida se entra na greve? Entrou, mas está inseguro? Elaboramos um material para ajudar a trazer mais colegas e a se defender dos argumentos dos bancos e do assédio nas dependências.
“Vou
ser obrigado a repor as horas de greve depois”
A
Convenção Coletiva é bem clara: a reposição é prevista, mas é
“a critério do funcionário”. Portanto, o Banco não pode
obrigar nenhum grevista a pagar 2 ou 1 hora diárias. Você vai
definir quanto pode pagar por dia, de acordo com sua disponibilidade,
e o dia que não puder não pode ser cobrado. A gente recomenda que
os grevistas das dependências se juntem para se contrapor ao assédio
que alguns gerentes podem fazer. Se a coisa apertar, é importante
acionar o Sindicato. Por
sabermos que isso desmotiva muitos bancários, nós do Movimento
Nacional de Oposição Bancária lutamos pelo fim do pagamento das
horas de greve!
“Não
pagar greve é antiético”
Os
bancos querem nos fazer pensar assim, para nos cobrar e nos sentirmos
culpados. Mas a greve é um direito garantido pela CLT, e sua força
está justamente nas horas não trabalhadas e no prejuízo que isso
causa aos empresários. Por isso, não pode ser que a paralisação
se transforme na transferência de horas de trabalho de um período
para outro (não trabalhamos um período para depois trabalhar muito
mais). Não há nada na Lei que obrigue o pagamento de horas, nem
desobrigue. Se o seu gerente vier com esse discurso, pergunte a ele:
“não é antiético você receber reajuste por uma greve que não
fez e depois ainda nos penalizar?” “Não é antiético alguns
pagarem por algo em que todos foram beneficiados, inclusive você?”
“Vou
perder função se entrar de greve”
Perseguição
ou descomissionamento devido à greve é ilegal, pois fere o direito
à organização sindical previsto em Lei. Em geral, as empresas
evitam isso porque não querem perder para o funcionário na Justiça
depois. Se isso ocorrer, denúncie, reúna provas e procure apoio
jurídico do Sindicato.
“Quem
faz greve perde a chance de ser comissionado”
Depende
da gerência e também do número de adesões à greve. Quanto mais
gente entrar de greve no setor, menor é a chance de alguém ser
penalizado individualmente. Além disso, muitos dos que hoje são
gerentes já foram grevistas no passado e isso não prejudicou sua
ascensão. A rotatividade de funcionários é grande, e aquele
gerente que hoje te assedia ou promete uma oportunidade para você
pode estar amanhã em outro lugar. Além disso, entrar de greve não
quer dizer que você não se dedique e produza o ano inteiro. Aliás,
justamente por produzir tanto e gerar tanto lucro aos banqueiros, é
que você precisa lutar por melhores salários e condições de
trabalho.
“Greve
é para os que já fizeram carreira no banco, e não para os mais
novos”
Justamente
o contrário. O maior número de adesões à greve é do pessoal
novo, escriturários, caixas, assistentes. Por que são aqueles que
se decepcionaram com a política de promoção pessoal do banco,
baseada principalmente na venda de produtos e cumprimento de metas.
Formação superior, conhecimento, comprometimento e bom atendimento
valem muito pouco aos olhos dos banqueiros e acionistas. Se você é
novo e nunca fez greve, converse com os colegas e combinem de entrar
juntos.
Atuar
coletivamente não adianta nada
Muitos
dos direitos que temos hoje, e que motivaram sua entrada no banco,
são fruto de muita luta dos bancários: a jornada de 6 horas (que os
bancos tentam burlar), o pagamento de horas extras, o auxílio
alimentação/refeição, o plano odontológico, entre muitos outros
direitos. Quanto menor a adesão à greve, fica mais difícil
conquistar o que reivindicamos: aumento do piso, reajuste digno,
isonomia para os pós-98, recuperação das perdas salariais, PLR
mais justa, jornada de 6 horas para comissionados do BB etc. Por
isso, sua adesão é fundamental!
“Fechar
agência e continuar trabalhando ajuda a greve”
O
número de agências fechadas é importante, pressiona o público e a
mídia, dá visibilidade à nossa luta. Mas para pressionar os
banqueiros o que conta é o número de pessoas fora do ponto, é
assim que eles sabem o nível de adesão à greve. Quanto mais gente
na luta, mais rápido eles serão obrigados a ceder! Portanto, SAI
DO PONTO E VEM PRA LUTA!
“Meu
projeto não é ficar no banco”
Esse
é o plano de muitos funcionários mais novos, que se decepcionam e
estão estudando para concurso ou querem trabalhar na sua área de
formação. Porém, as conquistas que a mobilização pode nos dar
certamente vão ajudar para que os anos que pela frente sejam menos
sacrificantes e penosos. Além disso, sua luta vai ajudar os colegas
que precisam ou querem continuar nos bancos.
Contra
o assédio aos grevistas!
Sai
do ponto e vem pra luta!
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