quinta-feira, 4 de agosto de 2011

13ª conferência Nacional dos Bancários

A situação da categoria e perspectivas da campanha salarial na atual conjuntura
A dinâmica da economia mundial segue marcada pelas implicações de uma crise econômica mundial que não se fechou. Numa economia fartamente dominada pelo capital financeiro e especulativo, os principais fundos estão migrando seus investimentos da indústria para os contratos de produção das commodities fazendo com que os preços dessas mercadorias subam, penalizando ainda mais os trabalhadores com a inflação. A crise faz também uma pressão internacional, para que as economias “emergentes”, como é o caso do Brasil, apliquem planos de ajustes para flexibilizar direitos trabalhistas e intensificar o ritmo de trabalho. Neste contexto, uma das primeiras medidas de governo foi o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento atingindo, essencialmente, as políticas sociais, mas separa 49,5% da arrecadação nacional para o pagamento da dívida pública e apenas 2,92% para a educação e 3,53% para a saúde. É a repetição da estrutura fundamental dos planos dos governos anteriores. No Governo FHC, as 9 principais instituições bancárias lucraram R$ 30,7 bilhões; nos 8 anos de Lula nos [mesmos] 9 bancos o valor foi de R$ 199,4 bilhões, um lucro 550% maior. E nos primeiros meses deste ano esta dinâmica segue inalterada. Depois das fusões e aquisições realizadas em 2008 e 2009, seguem as reestruturações, centralização de serviços, descartando bancários com mais tempo de trabalho e melhores salários, acarretando um rebaixamento da massa salarial da categoria em 37%. O governo segue introduzindo a prática de mercado nos bancos públicos com a redução das despesas administrativas, assédio, metas e produtividade.
 
Por outro lado, ao invés de organizar os trabalhadores para resistir a esses ataques, a maioria das centrais, em especial a CUT, apóia medidas do Governo como a proposta de desoneração do INSS nas folhas de pagamento, a proposta de reforma da previdência com o fator 85/95, afirmando que é melhor do que o fator previdenciário. Na campanha dos bancários, já se prepara a repetição do script dos últimos anos: reivindicações rebaixadas, PLR e mais algumas migalhas nos bancos públicos. Mas a categoria percebe os recordes de lucratividade do setor e há uma enorme insatisfação com as condições de trabalho e as pressões. Por isso, precisamos reverter a dinâmica das últimas campanhas com uma atuação comum aos que se opõem às práticas da maioria da Contraf/CUT, defender outro índice de reajuste, aprovar outra pauta e dar outra dinâmica de campanha salarial planejada pela Articulação.

1.      Ter como eixo de reivindicação a reposição das perdas do Plano Real e a Isonomia;
2.      Impulsionar a campanha pela Isonomia e a jornada de 6 horas sem redução de salários;
3.      Defender os direitos dos funcionários incorporados pelo BB;
4.      Exigir estabilidade no emprego para todos os bancários, especialmente nos bancos privados;
5.      Fim da discriminação aos planos de benefício definido nos fundos de pensão;
6.      Investimento dos bancos nos planos de saúde e manutenção dos mesmos aos aposentados;
7.      Tíquete alimentação para os aposentados;
8.      PLR linear de 25% dos lucros;
9.      Defender, no BB, o retorno do antigo PCS, com interstícios de 12% e 16%;
10.  Combater o assédio moral atacando suas verdadeiras causas: fim de todo e qualquer tipo de metas, contratação de mais funcionários, critérios transparentes para comissionamentos, garantia de funções comissionadas;
11.  Defesa do caráter social dos bancos públicos, contra a estrutura atual criada para a busca incessante de lucro.
12.  Fim das terceirizações e dos correspondentes bancários;
13.  Defender o fim do fator previdenciário e contra o fator 85/95 e pelo fim da alta programada do INSS;
14.  Construir, no dia 11/08, um Dia Nacional de Luta pela Jornada de 6 h no BB, conforme aprovado no Congresso dos Funcionários, com a exigência de fim imediato das punições aos colegas que conseguiram garantir na justiça este direito, como os do Maranhão que foram DESCOMISSIONADOS há dois meses.
15.  Participar da Jornada de Lutas, já aprovada por diversos movimentos, na semana de 17 a 26/08.
 
Para além da superestrutura do movimento, estes eixos e política têm a ver com as necessidades da categoria.  Defendendo uma dinâmica distinta ao da maioria da direção da CONTRAF e, ao mesmo tempo, continuar organizando a base nos enfrentamentos com os patrões e o governo, poderemos levar a categoria a romper com o “status quo” que tanto beneficia aos banqueiros.


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