quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Uma análise para a próxima campanha salarial

O mês de agosto marca o início oficial da campanha salarial dos bancários com a entrega da minuta de reivindicações aos banqueiros. Agora é hora de aguardar o posicionamento dos bancos quanto às nossas exigências.

Em contraposição aos lucros dos banqueiros que aumentam semestre após semestre, a realidade no dia a dia dos bancários é cada vez pior: as metas e o assédio só aumentam; não temos número de funcionários suficiente para suprir a demanda de trabalho; a hora extra mais banco de horas vem se tornando realidade imposta para muitos de nós; não há respeito aos intervalos ou mesmo às férias; as ameaças de perda de função e demissões (nos bancos privados) são cotidianas, tornando o ritmo de trabalho tenso e muitas vezes prejudicial à saúde. E como se tudo isso fosse pouco, os bancários ainda hoje amargam perdas salariais de vinte anos.

É de se indignar, mas infelizmente as campanhas salarias dos últimos anos tem seguido um mesmo script (a começar pelo índice: inflação + 5%) que não avança. Essa é a política da Contraf/CUT, que está à frente da maioria dos sindicatos no país, demostrando pouca ousadia nas reivindicações aos banqueiros e ao governo federal (talvez por serem parte do mesmo grupo político que está lá em cima).

Todavia, este ano tivemos vários exemplos de que o povo unido é capaz de mudar bastante coisa através da luta por direitos e melhorias. Depois dos tunisianos, dos egípcios, dos europeus, foi a vez dos brasileiros mostrarem que não aceitam mais a velha política e as precárias condições de vida e dos serviços públicos.

Aqui em BH mais de 100 mil pessoas participaram dos grandes atos. Muitos de nós bancários estávamos lá, garantindo a primeira conquista que foi a redução do preço das passagens, e seguimos participando da “Assembleia Popular Horizontal”. Estas assembleias organizaram pautas e conquistaram audiências com o prefeito Marcio Lacerda e o Governador Anastasia, sem perder o formato democrático de tomada de decisões.

Neste momento, mais que nunca, não podemos perder o gás e precisamos seguir esse grande exemplo de força e democracia das ruas. Nosso destino não pode ser mais delegado a diretores sindicais que estão há anos na direção do sindicato e totalmente afastados da realidade do trabalho das agências e áreas internas. Reivindicamos uma DEMOCRACIA na qual as decisões são tomadas pela base, ou seja, pelos bancários que estão trabalhando diariamente, em amplos espaços de debate que permita uma maior aproximação da categoria para expor o que pensa. Infelizmente esta não tem sido a prática da atual direção, ao fazer trabalho de base pífio fora da área central de BH e convocando poucas assembleias que decidam os interesses da categoria.

É papel do sindicato executar as decisões da base e não decidir por ela. Por isso defendemos comando de greve composto por bancários de base que acompanharão as negociações da campanha salarial e que farão o verdadeiro elo com a categoria.

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